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Ideias e práticas em trânsito – poderes e resistências em África (século XIX-XX)

Leila Leite Hernandez, Alexandre Almeida Marcussi (orgs.)

Se a própria noção de “África” e de uma “história africana” só surge no bojo do pensamento europeu dos séculos XVIII e XIX e é radicalmente dependente de uma concepção binária e linear de tempo e de espaço, a evocação dos “trânsitos” e “itinerâncias” como categorias teóricas centrais não deixa de ser uma provocação à própria substância da ideia de uma “história africana”. Talvez seja esse o horizonte de uma historiografia sobre a África epistemologicamente comprometida com o questionamento de um paradigma eurocêntrico de análise: quebrar o espelho da “África” no qual a “Europa” projetava a si mesma, e discutir não a história “da África”, mas das formas como a modernidade se fez construir por meio de deslocamentos entre diferentes territórios desigualmente sobrepostos, no âmbito de histórias entrelaçadas por relações de poder e dominação.

SUMÁRIO

Introdução: A história africana a partir dos trânsitos e itinerâncias

 

Parte I – Discursos europeus em trânsito

 

1. Márcia Cristina Pacito Fonseca Almeida. Da literatura de

viagem à galeria de arte: itinerâncias e reapropriações das

imagens de Mutesa I (África Oriental, XIX-XXI)

 

2. Rafaél Antônio Cruz. ‘‘Se pudermos mostrá-lo prisioneiro eles

terão de acreditar’’: discurso colonial e visualidade na captura

de Samory Touré

 

3. Rosana Gonçalves. O trabalho forçado no Estado

Independente do Congo (1885-1908)

 

4. Caio Fabiano Lopes do Valle Souza. Do ‘‘assimilado’’ ao

‘‘dessemelhante’’: fronteiras raciais no colonialismo tardio

português em Moçambique (1945-1961)

 

5. Juliana Ribeiro da Silva Bevilacqua. O sorriso e o lucano: relações

assimétricas de poder na fotografia do Museu do Dundo

 

Parte II – Resistências e apropriações criativas

 

6. Angela Fileno da Silva. O Tratado de Lagos, 1861:

colonização e resistência

 

7. Alexandre Almeida Marcussi. Ensinar a liberdade: paradoxos

da pedagogia anticolonial em C. L. R. James e Frantz Fanon

 

8. Helena Wakim Moreno. Reflexões em torno dos escritos dos

estudantes de Angola na primeira fase da revista Mensagem da

Casa dos Estudantes do Império (1948-1952)

 

9. Amanda Carneiro. Mulheres africanas, mulheres

moçambicanas: perspectivas e debates

 

10. Taciana Almeida Garrido de Resende. A conferência

tricontinental como espaço de atuação política para a África

 

11. Leila Leite Hernandez. A urdidura da autonomia e da

autodeterminação e os esgarçamentos do paradigma

eurocidental

IDEIAS_E_PRÁTICAS.jpg

​ISBN: 978-65-86255-12-6
Formato: 16x23 cm​
​Paginas: 382
​Preço: R$ 60,00

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