Política e negócios em São Paulo – da abertura dos portos à independência (1808-1822)
Renato de Mattos
Ao problematizar as complexas repercussões do governo joanino na América, com ênfase na atuação de grupos mercantis e autoridades metropolitanas radicadas na então capitania de São Paulo, Renato de Mattos apresenta interpretações originais para a compreensão das articulações entre política e negócios. Lidando criticamente com os fundamentos da memória que cercou a abertura dos portos em 1808, o autor vai reconstituindo as razões da importância econômica e política que São Paulo havia adquirido, entre os finais do século XVIII e início do século XIX.
Diante da nuançada sociedade colonial, das peculiaridades locais e de interesses específicos radicados nas diferentes regiões da América portuguesa, como considerar que a abertura dos portos pudesse ser compreendida de modo semelhante e sem oposições pelos diversos sujeitos históricos que foram atingidos por sua implementação? Em que medida a Carta Régia de 1808 não teria ferido interesses e posições sociais de produtores e negociantes tanto na América quanto no Reino, alimentando críticas à monarquia, ao governo e aos segmentos da sociedade que pareciam deles se beneficiar?
Por meio de narrativa e argumentos construídos no entrelaçamento entre farta bibliografia e enorme sensibilidade no trato da documentação selecionada, Renato de Mattos oferece uma leitura renovada e instigante de episódios e circunstâncias históricas que se consagraram, desde o século XIX, como emblemáticos no processo de mudanças que teriam provocado a Independência, em 1822.
SUMÁRIO
Prefácio – Entre negócios e tensões: São Paulo no início do século XIX
Cecilia Helena Salles de Oliveira
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1 − POLÍTICA E NEGÓCIOS NA CAPITANIA DE SÃO PAULO (1788-1803)
1.1 O governo de Bernardo José de Lorena e o incremento ao comércio atlântico (1788-1797)
1.2 O governo de Antônio Manuel de Mello Castro e Mendonça e a manutenção das redes locais de comércio (1797-1803)
CAPÍTULO 2 − O GOVERNO DE ANTÔNIO JOSÉ DA FRANCA E HORTA E O
COMÉRCIO MARÍTIMO PAULISTA (1803-1807)
2.1 A Companhia do Alto Douro e o enraizamento de interesses mercantis em São Paulo
2.2 Dissensão e conflito em torno da navegação mercantil paulista
CAPÍTULO 3 − A EMISSÃO DE PASSAPORTES E A REGULAMENTAÇÃO DA
NAVEGAÇÃO MERCANTIL (1808-1809)
3.1 Novos dispositivos, velhos embates
3.2 Redes de interesses e remessa de emolumentos à Corte: a atuação do secretário de
governo paulista Sousa Chichorro
CAPÍTULO 4 − A CAPITANIA/PROVÍNCIA DE SÃO PAULO NAS RELAÇÕES
MERCANTIS DO IMPÉRIO PORTUGUÊS (1808-1821)
4.1 A comunidade mercantil santista nas tramas do comércio costeiro
4.2 Entre o rio Douro e o porto de Santos: a capitania/província de São Paulo nas
redes atlânticas do império português
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Fontes impressas
Fontes manuscritasBibliografia
ISBN: 978-85-8499-144-0
Formato: 16x23 cm
Paginas: 304
Preço:R$ 55,00