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Tempos de dizer, tempos de escutar – testemunhos de mulheres no Brasil e na Argentina
Danielle Tega
Tempos de dizer, tempos de escutar recupera testemunhos de mulheres que militaram contra as ditaduras militares no Brasil e na Argentina e tiveram suas vidas, de diferentes formas, atravessadas pelos horrores da repressão.
Realiza um levantamento inédito de testemunhos que passaram por mediação pública, como filmes, romances, cartas, autobiografias, poesias, entrevistas e contos. Para examiná-los, articula estudos da memória e pensamento feminista, interrogando os espaços conflitivos da narração de experiências marcadas pelo trauma.
Temas como militância, clandestinidade, tortura e resistência são reinterpretados pelas obras analisadas, que passam a reconhecer a especificidade de gênero dessas situações. Por meio de seus testemunhos, as militantes criam práticas potencialmente subversivas à lógica patriarcal: apropriam-se das ferramentas materiais necessárias para produzir seus relatos, desenvolvem um processo de reconstrução subjetiva, atualizam os projetos vencidos e interferem nas lutas políticas de ontem e de hoje.
Este livro é um convite para que esses testemunhos sejam conhecidos, debatidos, criticados. Escutados.
Coeditor: Fapesp
SUMÁRIO
PREFÁCIO
Por Maria Lygia Quartim de Moraes
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1: Sobre o testemunho
1.1. Trauma e testemunho
1.2. O silêncio, a escuta
1.3. Memórias em luta
1.4. Corpo e escrita
CAPÍTULO 2: Políticas da memória e testemunhos no Brasil (1978-2014)
2.1. Transição pactuada
2.2. Reconhecimento do Estado
2.3. Comissão de Anistia
2.4. Caravanas da Anistia e Comissão Nacional da Verdade
CAPÍTULO 3: Políticas da memória e testemunhos na Argentina (1984-2014)
3.1. Transição por colapso
3.2. Indultos aos repressores
3.3. Anulação dos indultos e novos julgamentos
3.4. Textos e contextos
CAPÍTULO 4: Militâncias políticas, afetos clandestinos
4.1. Memória e voz narrativa
4.2. Militância e clandestinidade
4.3. “O que deu em nós, de esperar filho nestas condições?”
4.4. A escrita e o nome
CAPÍTULO 5: Corpos de batalha
5.1. O cinema como trabalho de memória
5.2. A especificidade de gênero na tortura
5.3. Gravidez e maternidade em contextos repressivos
5.4. “Mas quem vai ver um filme sobre tortura?”
5.5. Restabelecendo vínculos com a vida
CAPÍTULO 6: Sobre os laços afetivos
6.1. As palavras e as imagens
6.2. Acolhimento e amizade
6.3. Práticas feministas da resistência
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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ISBN: 978-85-8499-146-4
Formato: 16x23 cm
Paginas: 272
Preço:R$ 50,00